sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um Paraná esquecido

Tenho como objetivo, nos próximos meses, explorar a temática paranista como forma de desvelar os fatos e atavismos que foram já velados no que toca ao Paraná; esse grande estado amplamente eslavo cuja crise identitária está aí defronte a nós. Um Paraná Eterno cuja composição cultural deve ser delimitada e analisada em conjuntos diferentes e as diferentes tradições respeitadas e mantidas em sua singularidade.
Espero coletar dados suficientes e ir a fundo para produzir material relevante para alavancar de vez a questão identitária sulista.

Em tempos de globalização, nada mais justo que falarmos em Guerra-Cultural.


A seguinte música seria proposta perfeita para um novo hino do estado, com maior correspondência com sua essência.



Peço que leiam essa página da revista paranista dos anos 20/30 integralmente. Cliquem nela para ampliar.




terça-feira, 20 de novembro de 2012

Heidegger sobre visão de mundo


"Além disso, não somos hoje apenas extremamente tolerantes ante a pluralidade de visões de mundo, mas somos mesmo abertos e temos uma escuta mais acurada para a sua diversidade em termos de arte, religião, filosofia, política. Sim, experimentamos já um deleite espiritual particular em descobrir e observar tais diferenças, e tendemos a computar como um mérito particular nosso quando possuímos uma tolerância correspondente e deixamos toda e qualquer coisa vigorar. Todo deixar-vigorar e toda compreensão são considerados mesmo como um sinal particular de uma suposta superioridade e liberdade, quando no fundo não passam de uma covardia e de uma impotência encobertas, de uma falta de coragem para a veracidade que, como querer humano, sempre é necessariamente "unilateral" e exige a luta que hoje é quase considerada indecente." (Martin Heidegger em Introdução à Filosofia, p.248)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Sangue Ucraíno (Saga, por Helena Kolody)



SAGA
Helena Kolody

No fluir secreto da vida,
atravessei os milênios.

Vim dos vikings navegantes,
cujas naus aventureiras
traçaram rotas nos mapas.
Ousados conquistadores
fundaram Kiev antiga,
plantando um marco na história
de meus ancestrais.

Vim da Ucrânia valorosa,
que foi Russ e foi Rutênia.
Povo indomável, não cala
a sua voz sem algemas.

Vim das levas de imigrantes
que trouxeram na equipagem
a coragem e a esperança.

Em sua luta sofrida,
correu no rosto cansado,
com o suor do trabalho,
o quieto pranto saudoso.

Vim de meu berço selvagem,
lar singelo à beira d'água,
no sertão paranaense.
Milhares de passarinhos
me acordavam nas primeiras
madrugadas da existência.

Feliz menina descalça,
vim das cantigas de roda,
dos jogos de amarelinha,
do tempo do “era uma vez...”

Por fim ancorei para sempre
em teu coração planaltino,
Curitiba, meu amor!

(Foto por Flavslav, mais fotos em http://flavslav.deviantart.com/ )