PITÁGORAS
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Pitágoras
Começo citando Rosenberg e o que ele escreveu sobre Pitágoras, no contexto de esclarecer sobre os cultos dionisíacos e apolíneos. Defende que o dionisíaco surgiu como decadência do apolíneo através da mistura racial e influências de povos não brancos. Opõem o ctônico e o instinto presente no dionisíaco ao etéreo e sublime do apolíneo. Farei uma relação do dito por Rosenberg sobre Pitágoras, as idéias do grego, e no que algumas delas implicam.
“En la forma más consciente fue luego destacado este submundo pro-asiático-africano por una figura indiscutiblemente histórica: por Pitágoras. De acuerdo con la saga había viajado por Babilonia y la India ; él mismo es designado como pelasgo y ejerció su sabiduría de misterios especialmente en Asia Menor, donde todas las “mujeres místicas” se le unieron embelesadas. En Grecia misma no pudo hacer pie y grandes griegos como Aristóteles y Heráclito hasta se expresaron despectivamente acerca de él porque evidentemente no había encontrado gusto en su cabalística de números. Aristóteles dice que la gloria de Pitágoras se basa en la sustracción de propiedad intelectual ajena lo que es también la opinión de Heráclito, dado que expone que Pitágoras se construyó, tomándolo de muchos escritos, “un falso arte y una polimatía”. “Pero la polimatía, agrega el sabio helénico, no instruye el espíritu”.
Así, pues, Pitágoras viajó al Occidente, al sur de Italia, edificó allí sus escuelas de misterios con sacerdotisas femeninas, y fue considerado en toda la periferia africana, desde donde la doctrina de “misterios” sexual-colectivista del egipcio Karpokrates le salió al encuentro apoyándolo, como el más sabio de los sabios. La igualdad de todos es proclamada una vez más por el telurismo democrático, la comunidad de los bienes y de las mujeres sentada como meta, a pesar de que todo esto había sido una vez el punto de partida del pensar mediterráneo no nórdico, cuando Apolo se trabó en lucha con esta forma de vida que le era antagónica. No puede recalcarse suficientemente en este lugar que expresiones tales como “que el fin de la evolución humana volverá a traer las condiciones bestiales más primitivas” representa un engaño grotesco, tanto más cuanto que la inteligencia de que el círculo cultural pitagórico conduce nuevamente “a los pueblos prehelénicos y sus culturas”, a veces surge como un relámpago, para volver a ser oscurecida sin esperanza por tesis tales como que el helenismo se ha “liberado” de la naturaleza quetónica (como si alguna vez hubiese estado dentro de ella).”(ROSENBERG, 1992, p. 22)
A “antipatia” por Pitágoras é bem visível. Mas, vamos além. Na escola de Pitágoras, o símbolo principal, o próprio emblema dela, era o PENTAGRAMA, este que simboliza a Essência sobre os quatro elementos (terra, água, ar e fogo). Segundo Luciano de Samósata (130 d. C.), o pentagrama também era o símbolo da saúde para a escola de Pitágoras. Sua escola dizia que a essência era o NÚMERO e que tudo podia ser explicado através deles, inclusive o próprio universo.
O Pentagrama
Eu devo destacar parte dos pensamentos de Pitágoras. São catalogados vários, mas darei importância a um que será colocado ante o olhar do iniciado para que este compreenda suas implicações e as conexões de sentido e assim, talvez, compreenda o porquê da crítica feita por Rosenberg.
"Tudo são números" é dito por Pitágoras. E está totalmente correto no sentido de que há um padrão pré-moldado em todos os desígnios criados, em todos os entes, em toda a matéria. Assim o universo foi concebido e configurado, tal como um mundo virtual com suas linhas de programação e sua linguagem específica. Pode atribuir-se mérito de linguagem criadora ao hebraico, aos bija-mantras ou alguma outra linguagem, a realidade é que o criado É limitado.
O pensamento que é alvo maior de atenção no artigo é “A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus.”. É a pura expressão da vida, da criação, do universo e de seu modus operandis. Mas isso já é conhecido. Então, uma breve explicação: A Vida é evolução através do caminho espiral até o ponto-central, a perfeição e fusão com a divindade. O Universo é constituído de leis estabelecidas a priori, leis concebidas pelo seu “arquiteto”, sistemas de engenharia metafísica tais como a Chave Kalachakra e, também, a essência “exata”, como uma programação dentro de uma linguagem, como uma grande ilusão criada. A Unidade é a lei do demiurgo cósmico, criador da ilusão; a unidade é o destino final de toda EVOLUÇÃO, a unidade é o ponto da perfeição atingida através do caminho espiral. Logo, a unidade é a última meta, atingida através da “evolução como lei de vida” e através das “leis do universo, que é constituído por números”. Então Pitágoras, assim como rabinos judeus em busca de IHVH, assim como ascetas brâmanes em busca do Samadhi, assim como indígena que busca da dissolução na natureza, também detinha conhecimentos sobre o universo criado, conhecimentos que são úteis a nós que não buscamos o mesmo objetivo. Eles não são úteis para que alcancemos tal meta de unidade, mas para que não só a evitemos como adquiramos a possibilidade de desenvolver estratégias de pura oposição estratégica.
No artigo “A imagem física do mundo: de Parmênides a Einstein” escrito por José Leite Lopes, achei uma referência interessante, na qual outro pensamento da escola pitagórica (os grifos são meus) é exposto:
Eis um resumo de um apanhado geral da filosofia dos Pitagóricos feito por Alexander Polyhistor no século I a.C. e reproduzido por Diógenes de Laerta: "O primeiro princípio de todas as coisas é o Um. Do Um proveio um Dois indefinido, enquanto Matéria para o Um que é causa. Do Um e do indefinido Dois provieram os números; dos números, os pontos; dos pontos, as linhas; das linhas, as figuras planas; das figuras planas, as figuras sólidas; das figuras sólidas, os corpos sensíveis. Os elementos deste último são quatro: fogo, água, terra, ar; esses elementos mudam e se transformam e deles resulta um Cosmo, animado, inteligente, esférico, que compreende a terra que é, ela própria, esférica e habitada por todos os lados" (LOPES, 1991, p.97)
A essência do universo é citada puramente; toda sua idéia numeral de origem na unidade – e não no Zero -, da evolução das formas e da natureza dos quatro elementos que são colocados sobre algo superior ou princípio ordenador, tal como no pentagrama.
Espero que o porquê da crítica de Rosenberg tenha ficado claro e crível, pois, mesmo que Rosenberg não cite tais idéias e fale mais da questão biológica, a questão exposta parece, inclusive, tratar-se mera conseqüência das outras.
BIBLIOGRAFIA
ROSENBERG, Alfred. El Mito del Siglo XX. Ediciones Wotan, 1992
LOPES, João. A imagem física do mundo: de Parmênides a Einstein. Estudos Avançados, São Paulo v.5, n.12, p.97 maio/ago. 1991.