quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pitágoras

PITÁGORAS
Nous Plakitka

Pitágoras

            Começo citando Rosenberg e o que ele escreveu sobre Pitágoras, no contexto de esclarecer sobre os cultos dionisíacos e apolíneos. Defende que o dionisíaco surgiu como decadência do apolíneo através da mistura racial e influências de povos não brancos. Opõem o ctônico e o instinto presente no dionisíaco ao etéreo e sublime do apolíneo. Farei uma relação do dito por Rosenberg sobre Pitágoras, as idéias do grego, e no que algumas delas implicam.

“En la forma más consciente fue luego destacado este submundo pro-asiático-africano por una figura indiscutiblemente histórica: por Pitágoras. De acuerdo con la saga había viajado por Babilonia y la India; él mismo es designado como pelasgo y ejerció su sabiduría de misterios especialmente en Asia Menor, donde todas las “mujeres místicas” se le unieron embelesadas. En Grecia misma no pudo hacer pie y grandes griegos como Aristóteles y Heráclito hasta se expresaron despectivamente acerca de él porque evidentemente no había encontrado gusto en su cabalística de números. Aristóteles dice que la gloria de Pitágoras se basa en la sustracción de propiedad intelectual ajena lo que es también la opinión de Heráclito, dado que expone que Pitágoras se construyó, tomándolo de muchos escritos, “un falso arte y una polimatía”. “Pero la polimatía, agrega el sabio helénico, no instruye el espíritu”.
Así, pues, Pitágoras viajó al Occidente, al sur de Italia, edificó allí sus escuelas de misterios con sacerdotisas femeninas, y fue considerado en toda la periferia africana, desde donde la doctrina de “misterios” sexual-colectivista del egipcio Karpokrates le salió al encuentro apoyándolo, como el más sabio de los sabios. La igualdad de todos es proclamada una vez más por el telurismo democrático, la comunidad de los bienes y de las mujeres sentada como meta, a pesar de que todo esto había sido una vez el punto de partida del pensar mediterráneo no nórdico, cuando Apolo se trabó en lucha con esta forma de vida que le era antagónica. No puede recalcarse suficientemente en este lugar que expresiones tales como “que el fin de la evolución humana volverá a traer las condiciones bestiales más primitivas” representa un engaño grotesco, tanto más cuanto que la inteligencia de que el círculo cultural pitagórico conduce nuevamente “a los pueblos prehelénicos y sus culturas”, a veces surge como un relámpago, para volver a ser oscurecida sin esperanza por tesis tales como que el helenismo se ha “liberado” de la naturaleza quetónica (como si alguna vez hubiese estado dentro de ella).”(ROSENBERG, 1992, p. 22)
A “antipatia” por Pitágoras é bem visível. Mas, vamos além. Na escola de Pitágoras, o símbolo principal, o próprio emblema dela, era o PENTAGRAMA, este que simboliza a Essência sobre os quatro elementos (terra, água, ar e fogo). Segundo Luciano de Samósata (130 d. C.), o pentagrama também era o símbolo da saúde para a escola de Pitágoras. Sua escola dizia que a essência era o NÚMERO e que tudo podia ser explicado através deles, inclusive o próprio universo.

O Pentagrama

            Eu devo destacar parte dos pensamentos de Pitágoras. São catalogados vários, mas darei importância a um que será colocado ante o olhar do iniciado para que este compreenda suas implicações e as conexões de sentido e assim, talvez, compreenda o porquê da crítica feita por Rosenberg.
"Tudo são números" é dito por Pitágoras. E está totalmente correto no sentido de que há um padrão pré-moldado em todos os desígnios criados, em todos os entes, em toda a matéria. Assim o universo foi concebido e configurado, tal como um mundo virtual com suas linhas de programação e sua linguagem específica. Pode atribuir-se mérito de linguagem criadora ao hebraico, aos bija-mantras ou alguma outra linguagem, a realidade é que o criado É limitado.
O pensamento que é alvo maior de atenção no artigo é A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus.”. É a pura expressão da vida, da criação, do universo e de seu modus operandis. Mas isso já é conhecido. Então, uma breve explicação: A Vida é evolução através do caminho espiral até o ponto-central, a perfeição e fusão com a divindade. O Universo é constituído de leis estabelecidas a priori, leis concebidas pelo seu “arquiteto”, sistemas de engenharia metafísica tais como a Chave Kalachakra e, também, a essência “exata”, como uma programação dentro de uma linguagem, como uma grande ilusão criada. A Unidade é a lei do demiurgo cósmico, criador da ilusão; a unidade é o destino final de toda EVOLUÇÃO, a unidade é o ponto da perfeição atingida através do caminho espiral. Logo, a unidade é a última meta, atingida através da “evolução como lei de vida” e através das “leis do universo, que é constituído por números”. Então Pitágoras, assim como rabinos judeus em busca de IHVH, assim como ascetas brâmanes em busca do Samadhi, assim como indígena que busca da dissolução na natureza, também detinha conhecimentos sobre o universo criado, conhecimentos que são úteis a nós que não buscamos o mesmo objetivo. Eles não são úteis para que alcancemos tal meta de unidade, mas para que não só a evitemos como adquiramos a possibilidade de desenvolver estratégias de pura oposição estratégica.
No artigo “A imagem física do mundo: de Parmênides a Einstein” escrito por José Leite Lopes, achei uma referência interessante, na qual outro pensamento da escola pitagórica (os grifos são meus) é exposto:
Eis um resumo de um apanhado geral da filosofia dos Pitagóricos feito por Alexander Polyhistor no século I a.C. e reproduzido por Diógenes de Laerta: "O primeiro princípio de todas as coisas é o Um. Do Um proveio um Dois indefinido, enquanto Matéria para o Um que é causa. Do Um e do indefinido Dois provieram os números; dos números, os pontos; dos pontos, as linhas; das linhas, as figuras planas; das figuras planas, as figuras sólidas; das figuras sólidas, os corpos sensíveis. Os elementos deste último são quatro: fogo, água, terra, ar; esses elementos mudam e se transformam e deles resulta um Cosmo, animado, inteligente, esférico, que compreende a terra que é, ela própria, esférica e habitada por todos os lados" (LOPES, 1991, p.97)
A essência do universo é citada puramente; toda sua idéia numeral de origem na unidade – e não no Zero -, da evolução das formas e da natureza dos quatro elementos que são colocados sobre algo superior ou princípio ordenador, tal como no pentagrama.
            Espero que o porquê da crítica de Rosenberg tenha ficado claro e crível, pois, mesmo que Rosenberg não cite tais idéias e fale mais da questão biológica, a questão exposta parece, inclusive, tratar-se mera conseqüência das outras.


BIBLIOGRAFIA
ROSENBERG, Alfred. El Mito del Siglo XX. Ediciones Wotan, 1992
LOPES, João. A imagem física do mundo: de Parmênides a Einstein. Estudos Avançados, São Paulo v.5, n.12, p.97 maio/ago. 1991.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Solução vem em MEGATONS



"A maior beleza que consigo imaginar é a beleza nuclear de uma explosão milagrosa. Criação dos homens, presente dos Deuses. Dos céus vem a solução final, como um raio de Thor. A solução  de todos os problemas desta famigerada era, de uma vez por todas. Tal solução não vem com mestres ou iluminados; a solução vem em MEGATONS."
(Nous, o criador do blog)

sábado, 8 de maio de 2010

Muitas Pessoas = Problema

            É de suma importância analisar as estratégias tomadas pela sinarquia para lograr seus objetivos, para alcançar os objetivos da humanidade; de alcançar a perfeição evolucional dos entes. Para chegar a tal meta, várias medidas, posturas e ações são adotadas de forma implacável. Determinarei uma que me chamou a atenção nesses dias. Essa estratégia é relacionada com o número de pessoas no planeta, que aumenta de forma desenfreada.
            Já é de conhecimento geral que a população na Terra está cada vez maior. O fato resulta da postura política e nível técnico alcançado pela civilização. Com os avanços, os homens conseguem viver mais e o incapacitado consegue, muitas vezes, ter as mesmas chances de vida que o capacitado. A saúde melhorou; as guerras não são como antigamente; o alimento vem facilmente, tudo é controlado pelo governo, pela sinarquia mundial. É óbvio que todos os fatores apresentados levam a humanidade ao crescimento. Afirmo isso sabendo que, ao mesmo tempo, algumas regiões sofrem muito mais que outras, e isso provêm da desigualdade. O que acontece é que, quanto maior o volume quantitativo de população, maior será o fruto da reprodução. Basta acessar este SITE (http://www.novomilenio.inf.br/porto/mapas/nmpop.htm) para confirmar, através dos dados do Escritório do Censo dos EUA, que em 2035 nós teremos 10 bilhões de pessoas na Terra (estimativa).
            A questão principal e levantada aqui é "Como a Sinarquia pode utilizar uma população tão numerosa para alcançar seus objetivos?".
            Com uma população numerosa, existem mais pessoas, mais animais-homem. Considerando que existem mais pessoas, existirão mais pessoas colocando SENTIDO nos objetos, nos entes, elevando-os de significação e de grau na escala de evolução. Deve ser considerada uma RELAÇÃO DIRETA entre o NÚMERO DE PESSOAS e o GRAU QUANTITATIVO DE ENERGIA PSÍQUICA dirigida às estruturas. Então, se há maior energia sendo direcionada quando existem mais pessoas a agir, é perfeitamente crível que a Sinarquia utilize desses meios.
            A hipótese fica óbvia quando observamos os avanços científicos e técnicos que ocorreram nos últimos séculos. Depois de ordens régias que perduraram por milênios, nasceram, quase como por "mágica", várias teorias políticas ao mesmo tempo e, essas, derrubaram as antigas estruturas e criaram novas concepções e experiências de estado. Ao mesmo tempo os avanços tecnológicos começaram a dar um salto inacreditável; o uso da eletricidade, os meios de transporte desenvolvidos, as indústrias etc. A realidade é que, em pouquíssimo tempo - se comparado com toda a história do ser humano -, a humanidade alcançou grandes "conquistas". E percebe-se, hoje, que a tecnologia marcha implacavelmente rumo ao futuro. As inovações e descobertas vencem o tempo do humano, este que vive em um mundo em plena transformação. Não que ele não vivesse em constante mudança em outros tempos, mas ele nunca experimentara algo como o mundo moderno. E as ciências não ficam para trás; a história com suas gerações e mudanças totais no "fazer história", o "Culto aos documentos", os Annales, o olhar crítico sobre as fontes... Toda a evolução fica EVIDENTE.
            Estamos chegando à perfeição. Cada vez mais pessoas se dedicam ao "por sentido". Os arquétipos criados se manifestam quase que com inteira perfeição. Pensemos na tarefa de elevar as estruturas através dos graus de evolução como a tarefa de mover uma grande pedra. É uma tarefa dificílima para um só homem, mas acaba tornando-se uma tarefa desprezível diante de 100 homens. O mesmo acontece com os arquétipos criados e demais coisas "a evoluir". São MILHÕES de pessoas SEM IDENTIDADE, sofrendo de total dissociação psíquica e que só servem para COLOCAR SENTIDO e satisfazer os planos da Sinarquia e de seus Mestres. Logo se elogia alguém por "contribuir com a história e sua teoria", e o ser - o Ontos - é desvinculado de sua identidade, sendo totalmente associado ao meio e à sua ocupação; ele vive para seu objeto – que se torna alvo de atitude sacralizante - e todo o resto queda desprezível. Esse é o verdadeiro sentido da palavra FAGOCITAÇÃO.
            Conclui-se que a sinarquia utiliza abertamente dessa estratégia para lograr seus objetivos iniciais e os desígnios de seu Senhor Absoluto. Ao chegar em tal perfeição, tudo é absorvido novamente e chegamos a mais um fim. Também fica como conclusão que existe uma RELAÇÃO DIRETA entre o número de pessoas agindo pelo instinto gregário e a quantidade de energia direcionada ao objeto a ser evoluído dentro da escada espiral até seu ponto central - fixo - de entelequia.

Semper Fi!
Auf Wiedersehen!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Lo there...





Uma abordagem histórica dessa "oração viking" (odeio esse termo) que é colocada no filme "The 13th Warrior".
Primeiramente, disponibilizarei o vídeo:

Os versos:
Lo, there do I see my father.
Lo, there do I see my mother.
And my sister and my brother
Lo, there do I see the line of my people
Back to the beginning.
Lo, they do call to me.
They bid me take my place among them
In the halls of Valhalla
Where the brave may live forever.

e a Tradução:
"Lá embaixo, eu vejo o meu pai.
Lá embaixo, eu vejo minha mãe 
e minhas irmãs e meus irmãos.
Lá embaixo, eu vejo a linhagem dos meus antepassados, 
desde o Princípio!
Lá embaixo, eles me convidam 
para assumir o meus lugar, entre eles, 
nos salões de Valhalla, 
onde os Bravos poderão viver para Sempre!"

A História

Aparentemente, John McTiernan - diretor do filme - retirou os versos do livro Eaters of Dead. A versão do livro é : 
Lo, I see here my father and mother.
Lo, now I see all my deceased relatives sitting.
Lo, there is my master, who is sitting in Paradise.
Paradise is so beautiful, so green.
With him are his men and boys.
He calls to me, so bring me to him.

Acontece que nenhuma das versões é verídica. Ambas são baseadas nos escritos de Ibn Fadlan, árabe que viajou como embaixador do Abássida al-Muqtadir para várias localidades. Entre tais localidades estava a Rússia, na parte em que o povo Rus' habitava. Este, um povo de origem viking, foi descrito por Ibn Fadlan em sua Risala. Os costumes fúnebres dos Rus', nessa era escandinava, viking, são abordados com bastante precisão. De algumas descrições de funerais é que esses versos nasceram. Usarei a tradução de James E. Montgomery como base. Não traduzirei para manter a tradução original, creio que os leitores têm a capacidade de ler ou pedir auxílio para tradução.
A parte em que os versos foram baseados é a seguinte (os grifos são meus):

"At the time of the evening prayer on Friday they brought the slave-girl to a thing that they had constructed, like a door-frame. She placed her feet on the hands of the men and was raised above that door-frame. She said something and they brought her down. Then they lifted her up a second time and she did what she had done the first time. They brought her down and then lifted her up a third time and she did what she had done on the first two occasions. They next handed her a hen. She cut off its head and threw it away. They took the hen and threw it on board the ship.[60]
[18] I quizzed the interpreter about her actions and he said, “The first time they lifted her, she said, ‘Behold, I see my father and my mother.’ The second time she said, ‘Behold, I see all of my dead kindred, seated.’ The third time she said, ‘Behold, I see my master, seated in Paradise. Paradise is beautiful and verdant. He is accompanied by his men and his male-slaves. He summons me, so bring me to him.’”[61] So they brought her to the ship and she removed two bracelets that she was wearing, handing them to the woman called the “Angel of Death,” the one who was to kill her. She also removed two anklets that she was wearing, handing them to the two slave-girls who had waited upon her: they were the daughters of the crone known as the “Angel of Death.” Then they lifted her onto the ship but did not bring her into the pavilion. The men came with their shields and sticks and handed her a cup of alcohol over which she chanted and then drank. The interpreter said to me, “Thereby she bids her female companions farewell.” She was handed another cup, which she [19] took and chanted for a long time, while the crone urged her to drink it and to enter the pavilion in which her master lay.[62] I saw that she was befuddled and wanted to enter the pavilion but she had put her head into the pavilion .[63] The crone grabbed hold of her head and dragged her into the pavilion, entering it at the same time. The men began to bang their shields with the sticks so that her screams could not be heard and so terrify the other slave-girls, who would not, then, seek to die with their masters.[64]"
(MONTGOMERY, James E. "Ibn Fadlan and the Rusiyyah". Journal of Arabic and Islamic Studies vol. 3 (2000) p. 17-19. ISSN: 0806-198X.)

O interessante é que, na versão original, não é mencionado Valhalla. É mencionado "paraíso". Mas isso é fácil de explicar; Ibn Fadlan não sabia o idioma dos Rus', ele dependia de um intérprete. Logo fica mais acessível dentro dos escritos o uso de uma palavra conhecida. 
De qualquer modo, o filme é ótimo e os versos são de um valor admirável. Devo dizer que o objetivo desse texto e estudo - um tanto informal, por estar em um blog - é esclarecer a veracidade da "oração" que muitos têm tomado por real. Não desejo retirar seu valor, pois é tão verídico como uma prece cristã. Também serve como curiosidade, pois muitos sequer imaginam a história real que há por trás do filme.

Semper fi!
Auf Wiedersehen!





Referências Bibliográficas:

WATSON, William E. "Ibn al-Athīr's Accounts of the Rūs: A Commentary and Translation"Canadian/American Slavic Studies v.35 (2001).

MONTGOMERY, James E. "Ibn Fadlan and the Rusiyyah". Journal of Arabic and Islamic Studies vol. 3 (2000). ISSN: 0806-198X