
A maior vontade cultural da sociedade atual é a de alcançar o nível da perfeição através da evolução. Tudo está baseado nisso. A moral é teleológica. E, com tal teleologia, tudo que se espera é um "futuro melhor", uma solução para o futuro, uma perfeição futura, uma condição melhor nos anos vindouros. Enquanto isso, o presente continua repleto de sofrimento, dor e ignorância - Kali-Yuga em sua plena forma -, mas ninguém se dá conta, pois qualquer solução proposta será FUTURA, será apontando a EVOLUÇÃO até um centro de perfeição; uma entelequia.
A evolução só satisfaz o Logos, é um impulso animal da alma, um impulso que o Nous[1] abomina. A evolução da humanidade não passa de degradação espiritual, de materialismo, do crescimento da mesquinhez e falta de honra. Os antigos já definiam o progresso da humanidade com os termos: "Idade de Ouro", "Idade de Prata", "Idade de Bronze" e "Idade de Ferro" (Atual), sempre em um sentido de involução. Ou seja, cada vez fica PIOR. Isso é totalmente oposto ao sentimento evolucionista e teleológico ocidental. Os hindus também têm um sistema análogo ao grego para descrever as idades. Satya Yuga (सत्य युग) é equivalente à Idade de Ouro e o Kali-Yuga é equivalente à Idade de Ferro.
O que propomos é voltar ao ancestral, ao impulso antigo, às morais guerreiras de Esparta, à Grécia Dórica! Isto é sustentado por questões metafísicas de quais prefiro não falar no momento, mas tenho que dizer que existe toda uma estratégia universal para chegar até esse objetivo, e logo estará se manifestando com força.
Fazemos oposição ao sentido evolucionista porque apontar ao futuro, apontar à perfeição indica FINITUDE. A suposta perfeição - que nunca chega, quando falamos dos grupos sociais - seria estacionar em um ponto "máximo" de evolução, a entelequia (que, na verdade, existe, sendo a fusão com o Logos, isso que o inimigo metafísico deseja). Com a influência do Nous sobre nossas esferas psíquicas, nós temos a possibilidade de TRANSCENDER a finitude, transcender a perfeição, alcançar a verticalidade do Nous; o INFINITO.

A busca pela perfeição/finitude é característica dos animais que vagam pela terra, desses retardados mentais pacifistas, medrosos e lúdicos que se acham livres e sagrados; é uma característica anímica.
A transcendência é uma "meta-característica" daquele que está em processo de despertar, ou já se encontra totalmente livre e ausente das estruturas culturais do mundo. A transcendência é símbolo de nosso estandarte, é uma característica do Nous.
Só há como quebrar o processo evolutivo saindo desse transe-hipnótico que domina a mente de mais que 99% das pessoas. Rompendo esse nível de ilusão e controle mental que podemos perceber a existência do momento-absoluto e de como as ações não devem ser feitas teleológicamente, mas de modo que supram as necessidades IMEDIATAMENTE.
Até que certas questões parecidas não sejam notadas, todos continuarão vivendo como atores, pessoas não ativas no drama universal. Pensam agir com livre-arbítrio, pensam ser livres, mas não passam de simples atores participando da evolução dos arquétipos, das estruturas culturais inconscientemente.
Então, pratique o Zanshin. Oss.
Semper Fi!
Auf Wiedersehen!
[1] – Conceito semelhante ao de Platão
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