terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Diálogo


Atualmente, defende-se o diálogo como modo de chegar à conclusão provida de razão e aceitação de lados opostos de um conceito. Sou totalmente contrário à esta idéia que apóia toda e qualquer discussão.
Perfeitamente pelo contrário do propagado, sou contra o debate e discussão para chegar à "solução".
Já percebi que existe uma forte atenção e preocupação pedagógica em sustentar o debate. Não é de todo mal. Mas isso dá espaço para todo o tipo de pregação ideológica por parte dos próprios professores, que deviam mostrar um pensamento imparcial. Que adianta propor o debate para gente que não tem a capacidade de debater? Isso acaba por ser um modo mais eficiente de manipulação mental que o antigo método da verdade imposta com violência e absoluta certeza.

Partindo do meu ponto-de-vista, só EXISTE DIÁLOGO NA IGUALDADE. Apenas duas pessoas em mesmo nível podem manter um diálogo frutífero ou "amigável". Não existe debate com alguém que seja inferior intelectualmente, ideologicamente, biologicamente ou, ainda, que apresente patologias psíquicas que resultam em bloqueios cognitivos. Assim mantenho uma postura de não atirar pérolas aos porcos; não falo uma palavra séria na razão de "ganhar uma discussão" para quem não considere digno. Assino este posicionamento de honrado e, talvez, aristocrático. 

Duas pessoas que mantém uma proximidade da igualdade possuem chance de chegar ao consenso. Já, se um for altamente inteligente e o outro beirar o nível animal, o segundo irá zombar e depreciar a palavra do primeiro, acabando por não entender uma linha de raciocínio sequer; já o primeiro cansar-se-á de "falar com uma porta" e abandonará a discussão. A única coisa que melhoraria o diálogo dos dois seria o caso do primeiro fazer uso de reducionismos exagerados para explicar suas idéias. Mas isto não compensa de modo algum.

Aprecio boas discussões como aprecio um bom combate, pois o diálogo é a ação sine qua non para soluções de qualquer tipo. Porém, quando não em frente a alguém à altura, não desperdiçarei valorosa energia - volitiva e psíquica - em discussões que mais se assemelham aos grandes labirintos.


Nós não temos a necessidade de exercer a dialética, não precisamos vencer debates. Quem está além do bem e do mal, além dos antagonismos, sabe o que faz.

Semper Fi!
Auf Wiedersehen!

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