"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein." (Oscar Niemeyer)
Para nós, existem dois tipos de arte; a arte profana, animal, do instinto e outra arte sublime, da pureza, do espírito.
A Arte animal é instintiva, com abstrações absurdas, formas mal-contornadas, curvas exageradas, aspectos aumentados. Pode retratar coisas nojentas com os aspectos mais repugnantes da alma, assim como pode retratar coisas simples, sempre apelando para a subjetividade exagerada. Stop!
A arte sublime é espiritual, com perfeição nos traços, com cores em harmonia, na arquitetura adquire ângulos retos e colunas com entasis. Retrata os mitos, ou contém linguagem simbólica sem destruir a beleza visual da obra, mostra-se uma manifestação do espírito eterno e não-criado. Mostra-nos heróis ou simbologias eternas que pendem nos resquícios da chama inicial e alvitram nossa voz-de-sangue.
A arte sublime costuma ter duas realidades mais evidentes. A imagem visual e a imagem-meta. Ou seja, ela é uma obra e uma meta. Como obra, nós a observamos e notamos sua beleza. Essa beleza é uma meta, um ideal. Os antigos gregos usavam desse artifício; Quando esculpiam, imprimiam um ideal de transmutação, de perfeição. Quando esculpiam Apolo Belvedere (Leocarés, c. 350-325 a .C) ou Discóbolo (Míron, c. 455 a .C), eles colocavam lá uma imagem-meta que era buscada pela sociedade. Esse mesmo conceito foi colocado pelo totalitarismo, e ainda é por todos que defendem a via tradicionalista e expressões hiperbóreas dentro de todas as artes.
A arte animal se preocupa em passar uma subjetividade através do aspecto visual, de maneira direta. As imagens podem ser desfiguradas, apresentando monstruosidades. Não se entende isso como “arte psicodélica”, porque não é. E tampouco parte de um estado alterado da consciência; parte dos instintos animais, da visão degenerada, produto de uma vida subversiva, de mal-costumes e pura sujeira espiritual. Também podemos colocar o lado psíquico e a herança de inconscientes raciais totalmente diferentes como produto da miscigenação desenfreada. Para nós, esse tipo de arte só diz uma coisa, um lamento por tanta confusão dentro do labirinto, ou o som do rastejar de um verme que deixa no chão seu rastro pegajoso. Stop!
A arte sublime aborda vários assuntos dentro de uma temática em meta-interação com o sangue. Pode falar tanto como de uma Idade Dourada – que permanece no inconsciente coletivo – como de uma guerra final, de uma batalha aonde vão todos os Deuses e Heróis antigos para guerrear por uma última e definitiva vez. Pode mostrar o amor perdido, do amor que dá uma face à anima. Pode ilustrar uma família alegre no campo ou a mulher que espera seu marido retornar da guerra em uma manhã nublada. Existem também a temática aristocrática, a vida do campesino, a camaradagem na guerra e a competição amistosa no esporte. As temáticas são várias, mas aquele que está direcionado gnósticamente sempre reconhecerá a arte sublime.
Depois dessa breve explicação – que poderia ser estendida por vários tomos - sobre os dois tipos de arte, colocarei obras ilustrando os dois tipos.
ARTE ANIMAL:
Les demoiselles d'Avignon (Pablo Picasso, 1917)
El grito I (Guayasamin, 1983)
Sem título (Flávio Shiró, 1992)
Carne de primeira N2 ( Carlos Alonso, 1977-1979)
ARTE SUBLIME:
Chivalry (Frank Dicksee, 1885)
A apoteose de Homero (Jean Auguste Dominique Ingres, 1827)
Der Wanderer über dem Nebelmeer ( Caspar David Friedrich, 1818)
Aasgaardreien (Peter Nicolai Arbo, 1872)
The Lady of Shallot (John William Waterhouse, 1888)
ХРАМ РАДОГОЩА (Vsevolod Ivanov, artista contemporâneo)
Satan in his Original Glory (William Blake, c. 1805)
Creio que a diferença ficou bem evidente. Que vossos espíritos se manifestem.
Em outra ocasião, falarei da Arquitetura.
Semper Fi!
Auf Wiedersehen!
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