domingo, 15 de novembro de 2009

Ilusión



Eis a realidade... Nada surpreendente; Uma teia deprimente de ilusão sustentada pelo argumento “emanador” que chamam de Divindade.

 

Qualquer um que já tenha visto o Todo com outros olhos já fora atingido por uma vontade sufocante de acabar com tudo, um desespero e sentimento claustrofóbico que não encontra alívio em nada e em ninguém. Claro que tal visão depende totalmente do grau de orientação que a pessoa possui, e de quanto conhece do "modus operandi" universal. Caso não saiba nem de que se trata, se assemelha aos sentimentos de fracos e dementes irreversíveis ou, talvez, de alguém que percebeu toda a trama de forma inconsciente. Aí, pior ainda, pois não conhece nem os métodos que podem derrubar tal sentimento.

 

Logo, a pessoa começa a pensar acabar com a própria vida, e este não é o último estágio, pois ela sabe que tal ato repulsivo só há de piorar a situação, colocando-a em um Ciclo pior no mesmo horizonte de significação... Talvez neste ou noutro tempo pior ainda; Nunca se sabe. Os objetos inanimados começam a se mover, a respirar, tudo parece criar vida, ou pelo menos uma imitação dela, e tudo conspira contra.

            Tudo que fora construído em milênios perde todo o significado, expressão e importância; nada mais faz sentido, pois tudo parece compor a mesma melodia misantrópica que existe por existir. O que era totalidade mostra-se Nada composto por Nada, uma ilusão, um holograma que reflete matrizes invisíveis. Tão complicado e tão simples...  Então o desespero se torna parte do ser, o desespero e busca por saída mostram-se instinto metafísico, sê forte. O abismo aparenta nunca acabar, até que uma luz surge em forma de raio-verde, emanada de uma coroa, e a solução é revelada;


            O tudo não vale nada, não há Karma, não há punição nem dívidas àquele que saiu do ciclo dos ciclos, do eterno retorno. Há uma saída e o único método de ascender a ela pode ser a destruição de qualquer coisa e de qualquer um que atravessar seu caminho.

 

Mesmo em situação tão desesperadora, uma sensação de riso luciférico surge como mágicka e livra-o de toda Melancolia, transformando a vontade em puro fogo. Logo, o riso cinzento torna-se vermelho como fogo, e assim tremem todos a sua volta, pois ocorreu uma Obra estranha, o Acto da Fênix que voa, queimando, ao céu, furando-o e abrindo um túnel até a morada de todos os problemas. Agora, mesmo na época mais escura que atravessamos, em plena Era-de-Ferro, em pleno campo de batalha, mesmo atacado por todos os lados, mesmo tendo todas as razões para lamentar e chorar sua caída ocorre algo que coloca temor nos olhos do maior dos enganadores; Aquele que deveria estar lamentando está rindo de tudo, um riso infernal que ecoa em todo o inferno. E a simples atitude dissolve a ilusão, fazendo-a se transformar no mesmo pó que já fora em outros tempos. Com armas em punho e graça total, o ser pode voltar até a origem da fonte, onde foi preso o primeiro de seus ancestrais.

 

O caminho para tal obra é duro e torturante, pois consiste em suplantar todas as premissas e passar pelas mais duras provas; a única companhia confiável mostra-se a Vontade.

 

Coração de Gelo e Vontade de Fogo.

 

15/11/2009 da Vulgar Era Cristã, em Khaostopia.

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